Há muitos anos, pesquisadores em educação, cientistas e economistas vieram alertando sobre a necessidade de incluir o uso das tecnologias digitais em sala de aula e a serviço do currículo, construindo uma cultura digital que alinhasse a escola ao universo social e ao mundo do trabalho.
Os primeiros, movidos pela preocupação com o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para os novos cenários de pesquisa, com a autonomia para aprender ao longo da vida e com o domínio de recursos, necessários para acompanhar a velocidade da informação.
Foi percebida uma confluência de necessidades e interesses indicando para a introdução do uso de tecnologias de modo urgente na educação. As iniciativas, no entanto, ao longo dos anos, mostraram-se tímidas e não se concretizaram de forma efetiva no Brasil, nem nas escolas públicas e nem nas privadas.
A pandemia, no entanto, demonstrou o quanto, de fato, introduzir a tecnologia na educação sempre foi uma demanda urgente. As tecnologias digitais foram predominantemente usadas como meio de comunicação e informação. Não houve, de fato, um movimento potente para essa inserção nas aulas e atividades escolares e, de maneira geral, os educadores pouco se apropriaram do uso, antes do período pandêmico.
Esse despreparo inicial e o pouco investimento na formação em serviço voltada para o uso de tecnologias ficaram evidentes com a suspensão das aulas presenciais em função da pandemia. Houve uma paralisia inquietante de grande parte das escolas, diante da necessidade em oferecer aulas mediadas por tecnologia.
Agora, observa-se que há escolas dando continuidade às atividades pedagógicas e ao desenvolvimento do currículo, buscando soluções didáticas para otimizar recursos da tecnologia digital e aprimorar a qualidade das aulas, cumprindo o ritmo e conteúdo esperado para o ano letivo, enquanto outras, infelizmente, ainda buscam soluções para reorganizar minimamente as atividades pedagógicas, debatendo-se em sérias dificuldades para o cumprimento de metas curriculares.